Mercados

Dólar sobe a R$ 4,99, com China e economia global no radar

28 abr 2022, 9:13 - atualizado em 28 abr 2022, 9:19
Dólar
Desaceleração do IGP-M deve contribuir para um viés de baixa na parte curta da curva de juros.  (Imagem: Pixabay/Engin_Akyurt)

O dólar (USDBLR) sobe 0,70% na abertura desta quinta-feira (28), a R$ 4,9998, em um pregão marcado pela agenda carregada de indicadores.

Para o BB Investimentos, os ativos locais devem seguir sensíveis ao exterior, com os investidores atentos aos indicadores dos EUA, aos desafios da Covid-19, à temporada de balanços corporativos e ao o conflito na Ucrânia.

No front interno, a desaceleração do IGP-M a 1,41% em abril deve contribuir para um viés de baixa na parte curta da curva de juros, apesar do leilão do Tesouro, diz.

“Dado o rali das bolsas internacionais e após a Vale (VALE3) anunciar lucro acima das estimativas e aprovar recompra de suas ações, esperamos um viés positivo para o Ibovespa”, diz.

Quanto ao dólar, destaca o BB Investimentos, espera-se um viés de baixa frente ao real, uma vez que as moedas emergentes ligadas a commodities apresentam esse viés, apesar do cenário de desvalorização das moedas principais frente ao dólar.

“Contudo, as incertezas quanto à guerra, aos lockdowns na China e ao desempenho econômico global, devem trazer volatilidade à sessão do dia”.

Agenda

Às 11h, Tesouro faz leilão de LTN para 01/04/2023, 01/04/2024 e 01/07/2025 e de NTN-F para 01/01/2029 e 01/01/2033. E, às 13h, divulga o Relatório Mensal da Dívida.

O BC ofertará até 15 mil contratos de swap (US$ 750 milhões), em rolagem, às 11h30, e até R$ 4 bilhões em compromissadas de 2 meses, às 12h.

Quanto aos balanços corporativos, os destaques do dia: Gol (GOLL4) reportou lucro líquido de R$ 2,6 bi no 1ºtri22, revertendo prejuízo de R$ 2,5 bi no 1ºtri21), enquanto Embraer tem prejuízo líquido ajustado de R$ 428 mi no 1ºtri22 (18% menor que perdas do 1tri21).

A farmacêutica Hypera divulga seu balanço após o fechamento do mercado.

Nos EUA, antes da abertura dos mercados destaque para o resultado das seguintes companhias: Caterpillar, International Paper, Mastercard, McDonald’s e Twitter.

Após o fechamento, o maior destaque vai para a Apple, além de Amazon e Intel.

Na agenda do dia, os EUA divulgarão a primeira leitura do PIB 1ºTrim. e os pedidos semanais de seguro desemprego. Na Alemanha, o foco ficará para a prévia da inflação ao consumidor (CPI) de abril.

Queda pela primeira vez em quatro sessões

Na quarta, o dólar fechou em queda pela primeira vez em quatro sessões, mantendo-se abaixo de R$ 5 em dia sem intervenção do Banco Central.

A melhora do humor externo e a tentativa de estabilização de algumas divisas duramente castigadas nas últimas sessões, assim como o real, respaldaram a correção no preço do dólar no Brasil.

Ao fim dos negócios no mercado interbancário, a cotação caiu 0,43%, a R$ 4,9682.

“Acredito que o real vá ficar ‘dançando’ entre o valor fundamental de 4,5, 4,6 (por dólar) e o valor mais estressado quando o Fed fala mais grosso ou há algum problema político aqui em torno de 5 reais, 5 e pouco”, disse o economista-chefe da XP, Caio Megale.

O economista não vê o dólar voltando a patamares a partir de R$ 5,50, que ele enxerga como “muito descolados”, considerando sobretudo a valorização das commodities nos últimos meses.

Por ser exportador líquido de matérias-primas, o aumento dos preços desses insumos fortalece a perspectiva de mais ingresso de capital ao Brasil, aumentando, assim, a oferta de dólar, o que potencialmente baixaria o preço da moeda.

Analistas defendem que o dólar não teria muito mais espaço para alta, conforme o custo de se vender reais está mais caro o investidor abriria mão de um retorno nominal de cerca de 10% ao ano, “yield” que salta ainda mais aos olhos considerando o ponto de partida de uma nova operação de “carry trade” com o dólar a 5 reais.

Isso, contudo, não é unanimidade.

“Não tenho interesse em vender a descoberto o dólar norte-americano agora, e certamente não o faria em relação ao real. Sim, reconheço que ainda estamos tecnicamente em uma tendência de baixa, mas o dólar norte-americano pode ser como uma bola de demolição contra tudo quando quer”, disse em nota Christopher Lewis, do DailyForex.

Em abril, o dólar sobe 4,31%, reduzindo as perdas no ano para 10,86%. Apesar da forte pressão cambial das últimas sessões, o real está apenas no meio da tabela dos piores desempenhos globais do mês o rand sul-africano lidera com queda de 8% e ainda ostenta com larga margem o posto de moeda com maior valorização em 2022.

*Com informações da Reuters

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Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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